Gosto muito de amar

Gosto de me empolgar pelas coisas, de falar sobre o que gosto apaixonadamente, de me entregar de corpo, alma e coração, sem pensar no que dizem as regras sociais sobre isso

Luiza Lunardi
3 min readNov 23, 2021

“Não pode ir tão animada assim, tem que ter um pé atrás”; “Cuidado sobre o que você fala, pode assustar”; “Melhor não contar nada pra ninguém, pra não dar azar”; dentre outras desses tipos.

Mas qual o problema de falar? De gritar aos quatro ventos sobre aquilo que te motiva, que te faz levantar todo dia querendo viver uma vida inteira, e não meia vida? Qual a grande questão de ser feliz e mostrar sua felicidade, ainda que momentânea? O medo de não ser feliz desse jeito a vida inteira é trava tão grande assim que te impede de berrar aos quatro ventos que você é feliz agora?

Gosto da ideia de ter a alegria como um norte. Não precisa estar sempre lá, ininterrupta. Mas, quando está, deve ser celebrada. E amada. Amada até o coração explodir de felicidade. Amar o agora como não se amou o ontem e de forma diferente do que amará o futuro, certamente. Amar sem limite de tempo e espaço.

Desde já, desculpa pelo tom meio coach da coisa no texto de hoje. Positividade tóxica? Não acho, não. Aliás, tenho certeza que não. Até porque, pra quem acompanha esse humilde perfil — hahahaha como se alguém, além de mim, de fato lesse tudo o que escrevo no Medium — , aqui tem algumas fossas também. Dúvidas, principalmente. Normal, certo? Ninguém é robô, programado para sentir um mesmo e único sentimento 24x7.

O que quero dizer é que tudo— e veja lá, sempre confiei muito no destino, mas até mesmo ele — é questão de sorte. Tudo não materialmente falando, óbvio. E aqui não quero entrar em discussões sociais e meritocráticas de qualquer tipo, só quero falar de amor.

Amor é sorte. Sorte de fazer o coração palpitar mais forte e não se importar se vai chorar depois por isso.

Dona Ivone Lara canta, em “Cantei só pra distrair” (do belíssimo disco Sorriso de Criança, de 1997):

Amei e não fui feliz
Mas vou deixar de amar para não chorar

Nunca entendi muito bem se isso era uma pergunta ou não. Caso fosse, eu responderia que não. Se amou e não deu certo, segue amando até que dê. Não dá pra se privar de amor só porque não deu certo infinitamente. Mais vale o tempo (ainda que curto) no qual tudo estava bem. Na qual o coração foi feliz e vibrou e esteve animado a ponto de querer levantar e mudar o mundo e não pensar nas consequências.

O sofrimento pode vir, mas não pode ser condicionante pra não viver.

Por hoje é isso. Mais um dia. Seguimos.

*Não sei se dá pra reparar, mas hoje — e ao longo das últimas semanas, num geral — a autora está com o modo gratiluz ativado. Coração a 150bpm por hora e querendo viver cada segundo que dá pra aspirar. Além disso, resolveu publicar textos semanalmente aqui, sem compromisso de estarem todos bons. O de hoje, por exemplo, tá achando bem mais ou menos, mas publicando ainda assim. Ah, nada aqui é necessariamente sobre amor romântico, mas sobre amor num geral. Pra fechar, a autora ontem viu um filme muito bom na Netflix (tick, tick… BOOM!, fica a dica) e se identificou mais com o personagem principal do que gostaria. Esse asterisco final ficou maior do que o planejado. Mas agora já foi.

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